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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O tempo




as vezes, parece ele caminhar com os pés de um curupira
em outras, calçar as sandálias de lampião.

eis o tempo que gera e destrói,
que cura e adoece.
o tempo que voa,
o tempo que se arrasta,
o tempo que dá idas e vindas.

o tempo que passa mas nem sempre muda.
o tempo das pequenas reformas e das grandes revoluções.

16 comentários:

Lucas disse...

O último livro (o de Tolstoi) que li fez-me pensar bastante sobre o tempo.
É senso comum, mas é sempre importante reafirmar que o tempo tem de ser sorvido como uma taça de vinho. Na verdade, como um copo de plático descartável de vinho — o que pressupões um vinho da qualidade do carreteiro.
Em outras palavras, é imprescindível aproveitar, mas aproveitar com vontade sem muito raciocínio nos momentos em que este não se faz essencial.

To gostando de ver a temática sendo realmente mudada por aqui

Unknown disse...

carambaa!
gostei pra caralho!
refleti bastante sobre o tempo ano passado, e muitos dos meus pensamentos foram transmitidos perfeitamente nesse texto.

Mas não posso deixar de fazer uma pequena oposição, que aliás n sei se assim posso denominar meus pensamentos.
Não sei se é por estar pessimista nos ultimos tempos, mas venho me questionando se realmente temos q aproveitar o tempo. Acredito que há momentos em que devemos simplesmente deixar o tempo correr, como se n o sentíssemos, e sem pressa pra viver. Não falo como o ditado popular:" nada como um dia depois do outro"; mas no sentido de respeitar a neblina que muitas vezes toma conta da pessoa. De vivenciar o tempo parado, esperar, e ver aos poucos as cores aparecerem, sem se deslubrar com elas, mas aprender novas perspectivas que muitas vezes deixamos passar quando temos pressa de viver, de aproveitar.
Enfim, não sei se fui clara, até pq são pensamentos ainda confusos pra mim. =P

D. Ramos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
D. Ramos disse...

Como um sedã.
Quando o tempo corre, lasca-se tudo.
Às vezes perdemos tempo nos preocupando em aproveitar o tempo.

Se quer ganhar tempo, se mate o mais rápido possível.

D. Ramos disse...

Escrevi o cmt... antes de ler cró.

mensageiro dos ventos disse...

a idéia do texto não falava tanto de aproveita-lo ou não. mas também pode se referir a isso, se for o caso.

o que se quebra é o conceito de tempo como algo estanque.
passado,presente e futuro são mortos que dialogam.

Lucas disse...

discordo quando leio que o futuro é um morto. Na verdade o futuro é algo que não nasceu.. Que encontra-se em gestação e sairá mais bonito ou mais feio, mais saudável ou mais enfermo em decorrência de como vivemos o passado e como estamos vivendo o presente — tornando este, por decorrência, pretérito.

mensageiro dos ventos disse...

luquinha,
o que eu questiono no texto é justamente o que você toma por verdadeiro.
o passado, a mim, não é algo que simplesmente passou e me faz ser o que sou. ao menos não somente.
o passado, além de pretérito, é um tempo em constante diálogo com os demais: ressignificamos nossas experiências cotidianamente, atribuímos a ela novas impressões, o que faz com que nossas verdades se transformem.
tal acontece com o futuro, já que diante de nossas expectativas, nós evitamos caminhamos, optamos por outro.


usei o termo "morto" para enfatizar tempos que não podem mais ser facilmente medidos, como antes. pelo menos depois das teses de einstein, que chegou a refletir até mesmo na psicologia.

o "brilho eterno de uma mente sem lembranças" traça um esboço do que tento aqui falar. acho que você deveria reve-lo, para depois conversamos sobre o tempo.

mensageiro dos ventos disse...

ps: a frase acima soou arrogante, mas não foi esse o tom que eu a pronunciaria pessoalmente.

mensageiro dos ventos disse...

mas concordo com a gestação!

mensageiro dos ventos disse...

ah!
o 1984 tbm é um otimo exemplo da manipulação do tempo

mensageiro dos ventos disse...

ah, o irreversivel, que assisti com vc, tbm dá essa ideia.
ngm entende a cena do extintor, ate o "começo" da historia e final do filme. a impressão que se tem da cena é bastante diferente, nos dois tempos. se antes ela parecia algo abominavel, depois quase se torna compreensivel.
irreversilvel, ainda que nem tanto.
acho até que essa é a grande tirada.
reverter nossas impressões sobre algo, em tese, acabado.

Olga M. disse...

"O tempo é um amigo precioso"..
"Temos nosso próprio tempo"...
"Quanto tempo tem pra matar essa saudade"?
"O tempo não pára".
"Um marinheiro me contou aue a boa brisa lhe soprou que vem aí bom tempo"
"Imagino o artista num anfiteatro
Onde o tempo é a grande estrela
Vejo o tempo obrar a sua arte
Tendo o mesmo artista como tela"
"Pelo tempo que durar coisas vão se transformar para desaparecer"
"Mas, meu bem... Deixa estar! Tempo vai, tempo vem e quando um dia esse tempo voltar eu nem quero pensar no que vai ser até o sol raiar"
"Tempo amigo seja legal
Conto contigo pela madrugada
Só me derrube no final"


Várias maneiras de se falar (se cantar?) sobre o tempo... Por mais que algun ou a maioria dos trechos que coloquei aqui não tenham nada a ver com o intuito do texto. É só pra mostrar como é vasto o significado dessa pequena palavra.


Thiago, eu também gostei muito desse texto. <3

Unknown disse...

Por mais incrível que pareça, concordo com os comentários de thiago. Gosto de pensar que o tempo não pode ser enquadrado e que a cada momento podemos reinterpretar o que teoricamente já acabou.

Ode ao Ócio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

O tempo é fluxo, variado fluxo - linear, circular, elipsóide, retrospecto, partido.

Passado, futuro e presente são convenções que nos permitem compreender alguma dimensão dele.

E como não é todo ele compreensível, há mais algo que ele seja e não sei dizer.