Quem somos nós?

Recife/Olinda, Pernambuco, Brazil
Um blog aí.

domingo, 29 de novembro de 2009

Diálogos - I

O chato

-Opa...
-Desculpe.
-Sem problema.
-Tem certeza?
-Não, estou sendo educado.
-Certo... agora não mais.
-Desculpe, então
-Não tem problema
-Imagino...
-O quê?
-O quanto vai durar.
-O quanto vai durar o quê?
-Nada não.
-Cara, você é estranho.
-Belo comentário.
-Muuito estranho...
-Ora merda, eu só não quero conversar.
-Tá...

(...)

-O que você acha de sorvete?
-É gelado...
-Ahh...
-Pffff!
-Só isso? Gelado?
-Dependendo do sabor, também é gostoso.
-Deixou de ser gelado, deixa de ser sorvete?
-Mais ou menos por aí, cacete.
-Rimou!
-Lá vem você...
-Ah, vai se fuder! ... Pffft! ... Rimou de novo!!
-Puta que pariu, porra. Será que pode parar com essa palhaçada! Que peste, panaca...
priopístico!
-Tá. Não precisa cuspir.
-É o aparelho
-Vou comprar um desse pra aguar a grama...
-Você é um clister.
-Você, um esfíncter.
-Que dupla de arrasar.
-Rimou e eu nem disse, tá ligado?
-Tem certeza?
-Como assim?
-Qual foi a rima?
-As palavras que nós dissemos?
-Quais foram as duas?
-Porque você quer saber?
-Você não acha que tá assistindo muito os improváveis não?
-Você acha?
-Não vale.
-Perdeu. Se fodeu!
-Me fodi uma merda, apelão.
-Espera aê, cara. É pra se divertir.
-Quer saber? Vou dormir
-...rr
-...não...
-Rimou denoovo!!!
-Deus! Céu!
-...

(...)
(...)
(...)


-Sabe? Naquela hora achei que ia me chamar de porco, pivete ou pimpolho, mas panaca é foda.
-...
-Escutou?
-...
-EEI!
-RR..r
-EEiiii!!!!
-AAAHHH!!
-Socorro!
-Toma!!
-Frffr*ffghj#ghr%ferrrh@uxnft
-Hunft! Morre... morre.
-frarfrff!!mr¨arr°mtaff~mufi?urmrtrae&m... ah...
-Vai! Morre.
-Alguém me socorre.
-Morre!!
-Rimou.. rrsrfr... rimou denoovo!
-Morre!
-...
-Morre.
-...
-morre...
-...
-...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ELLEN

Do mangue vem gingando com uma bolsa bege
No alto da cabeça um coque que desprotege
O pescoço do sol, mas o calor diminui
Pois permite uma brisa que calminha flui
Amansando esse mormaço
Que molha e cola
Os cadernos leva no braço
Pra rua olha e corre pra atravessar
De repente o sol reluz, tremulando o chão
Esquenta, ensopa e a luz chega a cegar
Vira o rosto e num pestanejar
... Fecha os olhos
E abre o coração.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Confusão

Raiva e desejo
Alegria e remorso
Dor e prazer
Sossego e falta de ar
Felicidade e medo
Esperança e desespero
Desequilíbrio e segurança
Luz e ilusão
Desconfiança e certeza
Paixão e tédio
Paz e agonia.


(Mais um pra série "Poemas Substantivos")

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sem título.

Fiz e pedi pra Thiago colocar um título. Ele não leu todo e não colocou. Dias depois ele viu.

Grief, Pain and Despair.



Cheira a vida pela veia

Sobe o negro à cabeça

Na loucura assim semeia

O dizer de: “Não se esqueça”


Foge sem medo pela estrada

Fica sempre rumo ao norte

Fecha os olhos não vê nada

Corre a esmo, tenta a sorte


Em contraponto ao grito de dor

Escancara os dentes e ri de si

Sua alma a tempo tem credor

“Satanás, em teu credo me perdi”

Caminha nas cores de sua morte

E o vermelho a tempo coagula

Estancando a vida no asfalto

Decepando a 3 metros de altura

Uma imagem que aos poucos se dissolve
A alma já longe admirada
Admira a carcaça esvaziada
Do que foi um fiel cão-de-guarda
E se dissolve criatura atropelada
Vai ganindo pelos ecos do porém
Ressoa no abismo como alguém


Não esquece o choro da vida que vender a alma não estanca a morte.Fecha o olhos e cochila, como Joseph K.

domingo, 1 de novembro de 2009

Isto


Eu quero
naquilo.