Palpitando dentro do peito. Não é amor, não é meu coração. Somente vísceras quentes e inquietas me lembrando como meu interior se difere deste ambiente monótono e frio. Estarei em algum tipo de frigorífico com carnes podres e um pingüim revoltado vomitando peixes de conhecimento em mim?
Aqui nesta sala as cores têm um tom de comida mal digerida, o marrom das cadeiras velhas, a parede já mofada quase não faz contraste com o chão sujo, a pele das pessoas... Na verdade tudo está limpo, mas me recuso a aceitar que a nojeira esteja somente em minha cabeça. Não importa quanto eu tente, essa sala não muda, não importa se me afasto pela distração de um sorriso ou de um beijo, as cores simplesmente não mudam quando eu volto, pior, elas ganham voz... Falas irritantes de pseudo-conhecedores me empurrando pseudo-conhecimentos que eu não quero ter. – Professor, tenho uma pergunta. Posso vomitar na turma? – pausa para uma tentativa de vômito. Não sei porque ainda me surpreendo com a baba e o cuspe que substituem o maciço do vômito. – desculpe, não tinha engolido nada ainda, na verdade sequer mastiguei, mas muito me fascina o ato de regurgitação em público.
E assim continua mais uma manhã na sala do nojo. Dentre vômitos alheios, cores maçantes e muito movimento de minhas entranhas eu continuo a mostrar minha máscara, não que ela seja bonita (ela é feia como o tédio) nem por que tenho medo de me mostrar, mas simplesmente porque não me parece nada divertido ou animador mostrar quem sou. Na verdade, tenho plena consciência que faço parte desse quadro repugnante.
--x--
era esse texto ou algum desenho mal feito...
Quem somos nós?
- Ode ao Ócio
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- Um blog aí.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
Clara Inveja
Como todos sabem, mas alguns ainda não conhecem, essa é a música que terminei há pouco tempo:
Clara Inveja
Eu vou pintar o Sol
com a mais brilhante cor
só pra ver você
passar e rir (e rir... e rir...)
No seu riso mergulhar
e na praia te abraçar
até ver o céu
mudar de cor (amor, eu vou)
Vou fazer você rodar
Todos vão parar pra ver
o seu corpo balançar
com o som do bem-querer
Olha só, amor, o Sol
cobiçando o meu lugar
dá pra ver que quer
estar aqui (perto de ti)
Por não poder te tocar
e ter medo de querer
veja, o Sol esquenta o mar
pra tentar te aquecer..
É tão lindo enxergar
Em teus olhos lua cheia
Vem, me ajuda a desforrar
um lençol de areia
um lençol de areia
um lençol
Sol
Só!
Clara Inveja
Eu vou pintar o Sol
com a mais brilhante cor
só pra ver você
passar e rir (e rir... e rir...)
No seu riso mergulhar
e na praia te abraçar
até ver o céu
mudar de cor (amor, eu vou)
Vou fazer você rodar
Todos vão parar pra ver
o seu corpo balançar
com o som do bem-querer
Olha só, amor, o Sol
cobiçando o meu lugar
dá pra ver que quer
estar aqui (perto de ti)
Por não poder te tocar
e ter medo de querer
veja, o Sol esquenta o mar
pra tentar te aquecer..
É tão lindo enxergar
Em teus olhos lua cheia
Vem, me ajuda a desforrar
um lençol de areia
um lençol de areia
um lençol
Sol
Só!
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
(des)soneto
Palavras, versos, poesia.
Todo o sentimento em exagero: o medo, o desapego,
a agonia
O corpo inerte, o beijo tácito
As línguas que, tão perto, não se tocam
Saboreiam o mesmo hálito
Um sorriso em desconcerto
E a cada estranheza, um nó
Pois nesse avesso, confesso tristezas,
Confundo certezas: agora, tudo, somente e só.
E assim nasce um novo amor:
Suave, ainda que não tão sutil
De palavras poucas
Entre abraços mil
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Baque Sorriso Solto
É a mão que malha
O estampido se espalha
Tum!
Seguindo o compasso
Eu levo meu passo
Tum!
O sorriso leva o batuque, o eco que se desdobra
Pode haver quem não escute
Mas não quem desaprova
Não sei por que danço
Só sinto o balanço
Tum!
Quero ver. Quem do peito segura o baque
Quando a cabocla que dança vem e bate
Com a mão convence a alfaia
Na rua o batuque se espalha
No baque o sorriso se solta
Com a baqueta no ar meia-volta
Não sei porque disfarço
Se no sorriso me enlaço
Tum! Tum!
Abre mão do sabre, da lança
Lança mão do charme, da dança
Nos cachos envolta
Sorrio de volta
Tum! Tum! Tum!
---X---
Dmitri.
Parece que eu gosto de escrever sobre sorrisos.
Esse poema é antigão, reformulei ele e acho que ficou bonzinho.
Ele tem algo de "cantar na roda".
O estampido se espalha
Tum!
Seguindo o compasso
Eu levo meu passo
Tum!
O sorriso leva o batuque, o eco que se desdobra
Pode haver quem não escute
Mas não quem desaprova
Não sei por que danço
Só sinto o balanço
Tum!
Quero ver. Quem do peito segura o baque
Quando a cabocla que dança vem e bate
Com a mão convence a alfaia
Na rua o batuque se espalha
No baque o sorriso se solta
Com a baqueta no ar meia-volta
Não sei porque disfarço
Se no sorriso me enlaço
Tum! Tum!
Abre mão do sabre, da lança
Lança mão do charme, da dança
Nos cachos envolta
Sorrio de volta
Tum! Tum! Tum!
---X---
Dmitri.
Parece que eu gosto de escrever sobre sorrisos.
Esse poema é antigão, reformulei ele e acho que ficou bonzinho.
Ele tem algo de "cantar na roda".
versos inacabados sobre a impotência onipresente
Olha o Sol, amor
a inveja que ele tem
Apesar da estranha dor
não consegue ir além
Por não poder te tocar
e ter medo de querer
o safado esquenta o mar
pra tentar te aquecer
Olha,( ) Sol(só)...
a inveja que ele tem
Apesar da estranha dor
não consegue ir além
Por não poder te tocar
e ter medo de querer
o safado esquenta o mar
pra tentar te aquecer
Olha,( ) Sol(só)...
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